segunda-feira, 25 de junho de 2012

O "Executivo" (S. Julião) está coxo


Nas eleições autárquicas de 2009, os resultados para a freguesia de S. Julião foram os
seguintes:
PS – 32,53% do votos – 1758, a que correspondem 4 mandatos
Figueira 100 % - 26, 59 % do votos – 1437, a que correspondem 4 mandatos
PSD – 25, 31% do votos – 1368, a que correspondem 4 mandatos
PCP/PEV – 6,53 % do votos, 353, a que corresponde 1 mandato.

O PS foi a força política mais votada e, portanto, a primeira Assembleia de Freguesia realizada decidiu que o presidente da Junta fosse o candidato desse partido.

Contudo, através de um ínvio processo de “carrossel” (sai da assembleia, entra no executivo e por aí adiante) e em conúbio descarado com o PSD, o partido que havia elegido quatro representantes, passou a ter cinco no executivo! A troco da entrega da presidência da Assembleia ao PSD que se vendeu por um prato de lentilhas, participando numa descarada ilegalidade que se tem mantido até agora.

De nada valeu a ação que a Figueira 100% promoveu junto das entidades competentes no sentido de retificar a situação, as quais nunca desencadearam as ações que deveriam corrigir a manifesta ilegalidade. Pudera, quem é que comanda alternadamente os órgãos de fiscalização da administração local? Umas vezes o PS, outras o PSD


E assim, alegremente, tem vivido o executivo da freguesia de S. Julião, sem que a ilegalidade seja corrigida.

Recentemente, a tesoureira do executivo apresentou a sua demissão (por razões que a Junta de Freguesia deveria esclarecer junto dos seus fregueses mas não faz, deixando que a poeira assente e nada aconteça, pese embora as suspeitas deixadas no ar...).

Há então que proceder ao preenchimento do lugar deixado vago... (Haverá?...) Acontece entretanto que o PSD (que mantém o presidente da assembleia, comprado no negócio feito com o PS, ou seja, com o seu problema resolvido...), tendo mudado os responsáveis locais, confrontado com a insistência de manutenção da ilegalidade, decide não votar a proposta (já de si ilegal) que o PS trouxe a votação de preenchimento da vaga com novo elemento do PS!!!

Como a assembleia não aprovou a proposta, o executivo ficou… COXO. E o senhor presidente da assembleia declarou tudo muito bem, ora porque já não resta muito tempo para acabar o mandato, ora porque a freguesia de S. Julião virá a ser atingida pela reforma administrativa. Enfim, o chamado nacional-porreirismo ou, no caso, o figueirense-porreirismo! Quer dizer, a viver há dois anos e meio em completa ilegalidade, a Junta de Freguesia de S. Julião, por vontade de quem lá manda, manter-se-á assim até ao fim!...

Tudo isto é feito sem que qualquer entidade (autoridade administrativa, ministério público, entidade reguladora ou qualquer outra que possa exercer essa tutela) se pronuncie, diga alguma coisa, tome qualquer decisão.

Não precisamos de fazer um grande esforço para perceber que esta situação só ocorre devido à permanente cumplicidade dos partidos do bloco central instalados nas tais autoridades administrativas, órgão de justiça, entidades de tutela, e até nas sociedades secretas (sempre tão preocupadas em afirmarem-se guardiãs da verdade, da justiça e da legalidade) com o objetivo de manterem sempre um pé no poder através do método "ora agora governas tu, ora agora governo eu", em permanente compromisso tácito, assim como que um amor platónico que lhes serve os interesses mas nos vai lixando a todos... Como de resto se demonstra pelas consequências no país e também na Figueira da Foz.

Aos Figueirenses competirá refletir sobre este exemplo.

É certo que por aqui não vem subsistindo muito o salutar hábito de questionar as decisões das entidades administrativas. Não apenas daquelas que têm consequências diretas no funcionamento da cidade e do concelho mas também aquelas que deverão servir de exemplo e nos vão dando informações sobre aquilo a que as pessoas estão dispostas a fazer para manter o exercício do poder. Mesmo recorrendo a ilegalidades: quem se predispõe a governar em ilegalidade também poderá estar disposto a promover outras e, portanto, quaisquer suspeitas são legítimas.

É também por isso que importa que a Junta de Freguesia de S. Julião desfaça todas as dúvidas acerca dos motivos que levaram a tesoureira a abandonar as sus funções. De outro modo, a suspeita é legítima.

Será que os figueirenses estão dispostos a aceitar este estado de coisas?... Se sim, não valerá a pena o esforço de contrariar a hegemonia alternante do bloco central.

Se não, então vamos a isto! O tempo urge e esta é a ocasião para que os figueirenses, em particular aqueles que se sentem vítimas desta situação (que será a maioria) voltem a mobilizar-se em torno de um projeto de cidadania que lhes entregue os destinos do seu concelho.

Temos todos que acreditar que é possível. Em particular os jovens, a quem as carreiras nas juventudes partidárias já não constituem tentação e a quem se pede que tomem em suas mãos o comando do processo que lhes permita participar ativamente no futuro da sua terra.

O Presidente da Comissão Executiva da Associação Cívica Figueira 100%,
Daniel Santos.

Figueira da Foz, 25 de Junho de 2012

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