Esta é a terra que me viu nascer
Pequena aldeia do interior, onde nunca me recordo ter vivido. Desde tenra idade que os meus pais se fixaram na capital do distrito a que a minha aldeia pertence.
Tenho no entanto por ela um carinho especial, uma vez que ao longo da minha infância e juventude, era o meu destino habitual em período de férias escolares.
E porque é que eu, um menino de cidade, me sentia tão bem nesta minha aldeia tão pequenina? Principalmente pela liberdade de movimentos.
A minha avó materna era quem me recebia. Sempre me deu corda larga, tinha apenas que me preocupar com a hora das refeições, quanto ao resto, era liberdade total. Desde que acordava até ao momento em que já noite dentro a ouvia gritar "Ó Arraúl", era só brincadeira com miúdos da minha idade que por lá viviam ou se encontravam em situação de férias como eu.
Tantas e tão boas recordações trago no coração, desses momentos passados na aldeia.
Obrigado Mãe por saberes o bem que me fazia esses momentos de liberdade.
Obrigado querida Avó, onde quer que estejas, sabes o quanto te estou grato por tudo o que fizeste por mim.
Nunca me esquecerei das traquinices que fiz, e que sempre foi segredo nosso.
Sei que me desculpas-te as aflições que por vezes te fazia passar, quando falhava a hora das refeições ou me escapava à socapa para o Côa ou a ribeira das cabras sem o teu consentimento.
Apesar de tudo, sempre guardas-te segredo dessas minhas desobediências.
Venero-te por tudo, mas principalmente, porque sei que o teu Amor por mim era tão grande, ao ponto de dizeres a toda a nossa enorme família que eu era o teu neto preferido.
AMO-TE AVÓ GLÓRIA.
A minha aldeia em números:
Área - 21,44 km²
Habitantes - 131 (Censos 2001)
Densidade - 6,1 hab/km².
Raúl Garcia
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